Reorganizar, repensar, reestruturar: o ano é de retomada para os movimentos sociais de economia solidária

Ninguém duvida da importância da representatividade política que assistimos desde a vitória nas eleições, passando pela cerimônia da posse – especialíssima com a catadora Aline Sousa entregando a faixa presidencial –, e com o despacho para recriação do Pró Catador, como uma das primeiras medidas do novo governo. É quase impossível não estarmos tomados por um sentimento de esperança, quando entendemos o compromisso que se esboça com a nomeação de ministras e ministros que trazem suas bagagens forjadas nos movimentos sociais em suas variadas vertentes.

Temos consciência, entretanto, que nada será fácil nessa arrumação da casa e isso é refletido nos últimos acontecimentos esdrúxulos, que vão na contramão do sentido real de democracia. Mas é preciso não esmorecer. Afinal, feliz ou infelizmente, a história dos movimentos sociais no Brasil, tem sido um recompor de estratégias, com retrocessos e avanços. 2023 é um ano para reestruturar ideias, movimentos, formas de lutar. É no começo que dedicamos aquele tempo para pensar o que foi feito e o que foi deixado; o que deu certo e o que não funcionou; o que ficou pronto e o que vai exigir mais tempo.

Nessa perspectiva retomamos as atividades com alguns dos empreendimentos solidários. Na última quarta-feira (11), o primeiro encontro com os Catadores e Catadoras de materiais recicláveis autônomos/as cuidou de planejar ações de coleta seletiva solidária em Salvador. A reunião aconteceu na sede do Centro de Arte e Meio Ambiente – CAMA. Segundo Joilson Santana, catador e coordenador de Projetos Socioambientais e Economia Solidária do CAMA, é fundamental que haja políticas públicas de apoio ao trabalho dos catadores/as de materiais recicláveis, com foco na organização e inclusão socioeconômica desses profissionais, que ainda trabalham de forma autônoma.

Já nessa sexta-feira (13) foi a vez das meninas do Costura Solidária Sustentável projetarem estratégias das atividades para o ano que se inicia. “Passado o período das festividades, muita propaganda em banners, e outros resíduos que nos servem como matéria prima, é preciso pensar produtos sustentáveis que possam ser utilizados na volta às aulas, por exemplo”, pontuou Ana Carine, coordenadora executiva do CAMA. Ela destacou, ainda, que o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, de acordo com um estudo divulgado pelo Fundo Mundial para a Natureza, ficando atrás dos Estados Unidos, da China e da Índia. “Devemos reverter esse dado alarmante a favor de nossas atividades, de alguma forma, e esse ano, com esperança de retomar nosso protagonismo nos programas e atividades sustentáveis, a oportunidade vem a partir da comercialização de nossos produtos que são ecológicos e exclusivos”, finalizou Carine.

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