CAMA e catadores e catadores se reunem em Feira de Santana com MPT-BA e Defensoria do Estado da Bahia para debater desafios da categoria

Nesta quarta-feira (24), o Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), e os catadores e catadoras de materiais recicláveis se reuniram no Ministério Público do Trabalho (PRT 5ª região), em Feira de Santana, para discutir os principais desafios enfrentados por catadores(as) de materiais recicláveis autônomos e cooperativados
do município.

O encontro integra uma série de ações voltadas à construção de estratégias coletivas e ao fortalecimento do diálogo entre trabalhadores e o poder público, com foco na garantia de direitos, cidadania e melhoria das condições de trabalho.

Estiveram presentes representantes de cooperativas feirenses como Artemares, RedeSol, além da procuradora do MPT-BA, Geisekelly Marques, que atua na região, e do defensor público estadual, Dr. João Gabriel Soares de Mello.

A abertura do encontro foi marcada por uma fala da procuradora, que destacou o caráter de construção coletiva do momento. “A ideia é entender o que é mais problemático e urgente para a categoria. Assim, poderemos amadurecer propostas e avaliar a possibilidade de projetos mais permanentes”.

Adriano dos Santos, catador de materiais recicláveis autônomo, da Rede Sol (Associação Gabriela III), destacou os desafios enfrentados pelos catadores no dia a dia. Segundo o mesmo, a ausência de contratos formais com o município, compromete a organização do trabalho e impede que novos postos trabalho sejam criados. Adriano aponta que, se houvesse uma estrutura adequada, seria possível transformar o volume de recicláveis da cidade em oportunidades de trabalho renda.

“Poderíamos gerar cerca de 200 postos de trabalho. Esse é o meu sonho, porque assim combateríamos diretamente a criminalidade. Muita gente quer trabalhar, mas eu não tenho como colocar esse pessoal em atividade sem estrutura”.

Por fim, destacou o papel do CAMA no fortalecimento do trabalho dos catadores(as).

“Se não fosse esse suporte técnico, a situação seria muito mais grave. Foi graças ao CAMA e à atuação do Ministério Público que conseguimos avançar e nos manter firmes diante das dificuldades”.

O coordenador geral do CAMA, Joilson Santana, enfatizou que o momento exige não apenas atenção, mas também planejamento estratégico e ação coordenada. “Precisamos definir prioridades. Isso não significa limitar nossas ações a um único ponto, mas encontrar uma direção inicial para canalizar energia e avançar de forma concreta”.

Santana reforçou que essa abordagem permitirá à categoria concentrar recursos e esforços nos pontos mais urgentes, garantindo impacto real e duradouro nas condições de trabalho.

Além disso, sinalizou da importância do projeto Cidadão do Meio, Cidadão do Mundo – Fortalecendo as organizações de catadores e catadoras de materiais recicláveis para a garantia de Direitos Humanos e Cidadania, apoiado pelo MDHC.

As discussões seguem em andamento e deverão ser aprofundadas em novas reuniões, com o objetivo de consolidar um caminho sustentável de integração entre cooperativas e poder público em Feira de Santana.

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