“Forró da Tradição Viva”: Grupo Mulheres de Alagados volta a se reunir na sede do CAMA em clima de São João

Em clima de São João, a sede do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA) no Uruguai foi palco do reencontro do Grupo Mulheres de Alagados na última quinta-feira (12). Com o tema “Forró da Tradição Viva: Memória Afetiva da Vivência do São João, Integração e União”, as integrantes dançaram forró, comeram os tradicionais quitutes juninos e não deixaram de despertar a lembrança das tradições que habitam a memória dessas mulheres guerreiras.

“A gente faz esse resgate não só para falar do São João, mas para lembrar como era o leito de nossas famílias antigamente, além de entender o que a gente pode fazer para que essas tradições não morram”, explica Andreia Araújo, coordenadora administrativa do CAMA. Encontros como este são importantes porque ajudam a manter vivo o senso de comunidade e união, já que muitas dessas mulheres passam ou já foram vítimas de violência doméstica e urbana.

Roda de conversa do grupo Mulheres de Alagados no Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA)

Elza Cândida, 73, que faz parte dos grupos Mulheres de Alagados, Mulheres Maré e União Consciência Negra, fez questão de relembrar os tempos de infância. “A gente dançava quadrilha de tamanco, comia amendoim, canjica, milho assado na fogueira, que coisa gostosa. A gente pulava a fogueira, se tornava um compadre e comadre. Isso tudo é especial desde criança. Hoje eu tenho muitas amigas que morreram que são minhas comadres. E a união de comadre fica, não passa não”, relembra, com carinho.

A coordenadora da Associação de Doceiras, Cozinheiras e Confeiteiras de Itapagipe (Adocci), Ana Suely, 68, destacou como a rede de apoio ajuda a levantar a autoestima das integrantes do grupo. “É um espaço onde a gente já fez um laço de amizade com essas mulheres que estão nessa caminhada junto com a gente. É um lugar de lazer, de terapia, é um autocuidado com a gente. Vivemos pensando em filho, em marido, irmão, cuidar disso, cuidar daquilo e não para pra pensar na gente mesma. Então, esse espaço nos possibilita isso”

Para ela, o encontro também ajudou a resgatar as memórias do seu tempo de criança. Vinda de uma família que vendia artefatos juninos, ela sempre foi apegada à celebração do São João e quer que os mais novos vivenciem a alegria dos festejos. “Era uma festa muito mais afetiva, minha mãe amava. Essa recordação do São João, das festas que eu vivi, nunca vão se apagar. E eu gostaria que isso se perpetuasse, que outras crianças, outros jovens, pudessem saber dessas histórias, saber dessas vivências”, disse.

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