
O CAMA (Centro de Arte e Meio Ambiente) completa 30 anos em 2025, com uma trajetória marcada pela luta por um mundo mais justo, plural e sustentável. E a mobilização não para: o CAMA se soma às mobilizações rumo à COP30, que acontece em Belém, no Pará, em novembro, reafirmando o compromisso com a justiça climática e a transição energética justa, que só será possível com a centralidade das mulheres negras, dos povos originários e tradicionais, das juventudes e das periferias urbanas.
A transição energética é o processo de substituição das fontes de energia baseadas em combustíveis fósseis (como petróleo, carvão e gás natural) por fontes limpas, renováveis e sustentáveis, como solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde. Comunidades periféricas e populações de baixa renda são as que mais sofrem os efeitos da poluição, das mudanças climáticas e da precariedade no acesso à energia.
“O objetivo é pensar estratégias de como podemos produzir a nossa própria energia, e também pensar opções que possam ser mais justas, mais sustentáveis, que não impactam tanto a comunidade como são as outras formas de transição energética menos sustentáveis”, destaca Ana Carine Nascimento, coordenadora executiva do CAMA.
“Não há nada que possa ser feito para as comunidades sem a sua participação e valorização e, principalmente, sem o respeito às suas vivências, narrativas e vidas”, relembra Joilson Santana, coordenador executivo do CAMA. Por isso, o CAMA organiza e apoia diversas ações na luta pelos direitos das mulheres negras, dos povos originários e tradicionais, e das juventudes e periferias urbanas.Entre as ações estão:
Observatório do Racismo Ambiental: atuação no campo do racismo ambiental, mapeando e discutindo temas como disputa territorial e desigualdades socioambientais,
Criação de uma tecnologia socioambiental para a gestão de resíduos sólidos em grandes eventos, como Carnaval e São João, com foco na inclusão de catadores(as) autônomos e cooperativados;
Desenvolvimento de projetos para o fortalecimento da cadeia produtiva da reciclagem, com geração de trabalho e renda;
Promoção de educação ambiental e articulação em rede com outras organizações da sociedade civil e poder público.
A crise climática é também uma crise de desigualdades. Por isso, a transição não pode ser apenas técnica, ela precisa ser política, popular e transformadora. O CAMA chega aos 30 anos com os pés no chão, o olhar no horizonte e os braços dados a quem luta diariamente por uma nova economia, que respeite os ciclos da natureza e valorize os saberes ancestrais. Porque não há justiça climática sem justiça racial e de gênero sem colocar as pessoas no centro da mudança.
Sobre o CAMA
O Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA) é uma organização da sociedade civil sediada em Salvador (BA), que atua há quase 30 anos na defesa de direitos de populações historicamente excluídas. Seus programas estão alinhados à Agenda 2030 e promovem a justiça ambiental, econômica, racial e de gênero por meio de projetos inovadores que unem arte, mobilização social e sustentabilidade.





















