O CAMA apoiou e esteve presente, na quinta-feira (14), da 5ª edição do Mulheres Negras em Movimento na sede da Acopamec (Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão), em Mata Escura. No evento, estiveram presentes os grupos de Mulheres de Alagados, da Costura Solidária e de catadoras autônomas, apoiadas pelas ações do CAMA.

O evento começou com a palestra sobre a Marcha das Mulheres Negras em Movimento Para Reparação e Bem-viver, que acontece em todo o Brasil no dia 25 de novembro. A conversa foi mediada pela jornalista Camila França e a ativista Erika Francisca. Elas destacaram a importância do pensamento coletivo e do trabalho em rede para a conquista dos direitos das mulheres negras na sociedade.

Diversas mulheres falaram sobre problemas que enfrentam na sociedade enquanto mulheres negras, como a violência obstétrica, o preconceito contra os idosos, a insegurança gerada pela criminalidade, assim como as dificuldades de acesso à saúde pública nos bairros periféricos.

“O poder público precisa fiscalizar os abrigos privados com condições ruins e abrir novos de qualidade com atendimento humanizado para cuidar dos idosos. Também apoio que se dê oportunidades para que os idosos aposentados complementem o seu sustento de maneira digna”, destacou Ana Suely, do Grupo Mulheres de Alagados durante a roda de conversa.

Para Lucinete Nascimento, do Costura Solidária, o evento é importante para aprender sobre cidadania. “A gente aprende mais sobre nossos direitos e também interage mais com outras mulheres sobre nossas demandas”, disse. Para ela, a maior dificuldade do Costura Solidária é com a baixa demanda.

Já a catadora autônoma Renilda de Jesus pensa que ação pode ser uma forma de reinvindicar direitos como carteira assinada, salário mínimo e melhores condições de trabalho. “É minha primeira vez aqui, estou aprendendo muito. Estou gostando muito de ficar mais antenada. Estamos precisando de melhoras no nosso trabalho, então precisamos nos juntar para conquistar nossos direitos”, relembrou.

O evento, que teve a presença de mulheres de bairros como Mata Escura, Calabetão, Lobato, São Bartolomeu, Pirajá, Periperi e Uruguai, também contou com seis oficinas: turbante, capoeira, dança afro, samba de cuidá, canto coral e cura e cuidado com as folhas.

As atividades antecedem a Marcha das Mulheres Negras em Movimento Para Reparação e Bem-viver e serve para reunir as demandas desse grupo. “A marcha pauta um modelo de sociedade a partir da perspectiva das mulheres negras. Hoje estamos reunindo essas reinvindicações de diferentes comunidades para encaminhá-las durante a marcha”, disse Joice Cristina, coordenadora do Centro de Qualificação Profissional da Acopamec.

“É um espaço de fala, discussão e crescimento principalmente para as mulheres desses territórios periféricos que nunca tiveram a oportunidade de ter sua voz ouvida”, complementou Nevidalva Santos, da diretoria executiva da Acopamec.

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