CAMA e Ponto de Cidadania Itapagipe iniciam parceria para garantia de direitos de catadores em situação de rua

Na tarde desta quinta-feira (11), o Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA) realizou a primeira atividade de uma parceria firmada com o Ponto de Cidadania Itapagipe. A ação, que aconteceu no Largo de Roma, teve como objetivo acolher e contribuir com a organização de catadores e catadoras de materiais recicláveis autônomos em situação de rua que são assistidos pelo Ponto de Cidadania.

A atividade inaugural foi uma roda de conversa, que reuniu os catadores com representantes do CAMA e da equipe do Ponto de Cidadania, para discutir formas de fortalecer a categoria, ampliar o acesso a direitos e dar visibilidade ao papel fundamental que esses catadores exercem na cidade.

Para Gilberto Sales, catador em situação de rua, a iniciativa representa um apoio importante em sua trajetória. Ele compartilhou sua experiência e destacou o impacto positivo do projeto: “Eu achei muito bacana, gostei muito de saber que posso contar com esse apoio, que vai também ajudar a gente a ser mais reconhecido socialmente, porque até mesmo esse trabalho é um trabalho ambiental, onde a gente ajuda muito a cidade a ficar mais limpa. Muitas pessoas não consideram isso como um trabalho, mas é. A gente tem que se unir para educar socialmente as pessoas e ser reconhecido socialmente”, ressalta.

Segundo a assistente social do CAMA, Cristiane Lopes, o encontro marca o início de um processo que busca ampliar direitos e fortalecer a organização dos catadores. “A expectativa é de que eles gostem da proposta e comecem a fazer parte, para que tenham mais uma possibilidade de acesso a direitos, a direitos econômicos, a direitos à moradia, e estejam mais conscientes dos seus direitos enquanto catadores e enquanto profissionais”, explica.

A atividade também teve caráter de acolhimento e integração, utilizando elementos culturais da Capoeira e fazendo os catadores refletirem sobre memórias afetivas da infancia. A partir dessa conexão, abriu-se a possibilidade de entender as demandas dos catadores. “O encontro de hoje serviu também para analisar de que forma a assessoria pedagógica pode trazer algumas oficinas e algumas dinâmicas de interação social para essas atividades”, pensa Luiz Reis, assessor pedagógico do CAMA.

A redutora de danos Luiza Barreto, do Ponto de Cidadania Itapagipe, ressaltou a importância da parceria para promover autonomia e dignidade entre os usuários do serviço. “Aqui no ponto a gente acredita que a saúde mental está totalmente atrelada à garantia de direitos, à dignidade e à geração de renda. Essa parceria com o CAMA é importantíssima justamente para auxiliar nessa construção de autonomia, principalmente dos nossos usuários que trabalham com reciclagem, para um trabalho mais digno, que seja valorizado socialmente”.

A expectativa é que a parceria avance nos próximos meses com novas atividades, ampliando as possibilidades de organização, formação e valorização dos catadores de materiais recicláveis.

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