Beneficiando famílias e colaborando com o meio ambiente, a 4ª Edição do Arraiá Sustentável chegou ao fim nesta terça-feira (24). Trabalhadores essenciais, cerca de 650 catadores (as) autônomos e cooperados apoiados pelo projeto coletaram mais de 12 toneladas de materiais recicláveis no Parque de Exposições e em Paripe, durante os festejos do São João de Salvador 2025.
Entre os dias 18 e 23 de junho, foram coletados 5.179 kg de alumínio, 2.295,6 kg de pet, 2.112,9 de plásticos, 1.524,1kg de vidro e 1.017,2kg de papelão. De acordo com os ecoindicadores desenvolvidos pela ONG Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA), um dos organizadores do projeto, cerca de 51 m³ de resíduos foram desviados de aterros sanitários, volume equivalente a 2 caminhões compactadores de 25 m³. Além disso, com a ação, mais de 148 mil litros de água foram poupados, 282 mil kWh de energia elétrica economizados e 31 toneladas de CO₂ deixaram de ser emitidas na atmosfera.

“Quando os resíduos sólidos têm a destinação adequada, deixam de ser um problema e passam a ser solução. A tecnologia socioambiental desenvolvida pela ONG CAMA mostra que é possível transformar impacto ambiental negativo em ganho coletivo para o planeta e para as pessoas”, destaca Ana Carine Nascimento, bióloga e coordenadora executiva do CAMA
A projeção é de que mais de R$ 800 mil foram injetados na economia baiana durante os festejos juninos na capital. “O mais importante é valorizar os trabalhos dos catadores e catadoras e das cooperativas que estiveram presentes nas vilas juninas de reciclagem em Salvador”, diz Andreia Araújo, coordenadora executiva do CAMA.
Para além da comercialização dos resíduos (com valores de até R$ 7,00/kg para latas de alumínio) e do pet e plástico R$ 1,00/kg, os trabalhadores(as) também receberam bonificações de R$ 50,00 a cada 20 kg de plástico ou PET coletados.Todos os participantes receberam fardamento completo e EPIs: camisa, calça, luvas, protetor auricular, capa de chuva, bota, meião e uma mochila sustentável, produzida com lona reutilizada, produzidas pelo empreendimento econômico solidário, Costura Solidária Sustentável.
“As Vilas Juninas do catadores são espaços de promoção de apoio, inclusão e valorização dos catadores e catadoras de materiais recicláveis autônomos e cooperativados, através do processo de comercialização solidária e destinação adequada dos resíduos sólidos, gerados durante os festejos de São João”, explica Joilson Santana, coordenador executivo da ONG CAMA e um dos idealizadores do projeto.

Amargosa, no centro-sul da Bahia, recebeu o projeto pela primeira vez e já superou as expectativas: mais de 4,5 toneladas de materiais recicláveis foram coletadas, entre metal, plástico, papelão e papel. Com o trabalho dos catadores no interior, aproximadamente 15 toneladas de CO₂ deixaram de ser emitidas na atmosfera. Jequié, no sudoeste do estado, também participou do projeto pela primeira vez e estima que mais de 4 toneladas foram coletadas durante os seis dias de festa.

A 4ª edição do Arraiá Sustentável e Solidário foi realizada pela ONG CAMA em conjunto com 11 associações e cooperativas (Cooperguary, Canore, Cooperlix, CanaRecicla, Crun, Cooperbrava, Cooperes, Cooperbariri, Coleta Cidadã, Caec e Coocreja). E pela primeira junto com a Cooperje a 1ª edição do projeto em Jequié. Assim como em Amargosa, em parceria com os catadores(as) e Prefeitura, no interior do estado.
Tanto a 4ª edição projeto do Arraiá Sustentável e Solidário, como as iniciativas em Jequié e Amargosa contaram com apoio do Governo do Estado da Bahia, por meio da SETRE (Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte) e da SEDUR (Secretaria de Desenvolvimento Urbano).