A primeira edição do Projeto Micareta Sustentável e Solidária, uma iniciativa pioneira realizada pela ONG CAMA e associação ARTEMARES foi concluída com resultados promissores para a sustentabilidade e melhoria das condições de trabalho e renda para cerca de 360 catadores e catadoras de materiais recicláveis, sendo mais de 6 toneladas de latinhas de alumínio e materiais plásticos desviados do aterro sanitário e encaminhados para a reciclagem. Na manhã da ultima sexta-feira (03) foram apresentados os resultados do projeto e os Eco Indicadores na sede do Ministério Público do Trabalho, na cidade de Feira de Santana.
O coordenador executivo da ONG CAMA e um dos idealizadores do projeto, Joilson Santana, destacou o pioneirismo e os impactos positivos da ação.
“Um número que nos surpreendeu por ser o primeiro ano do projeto, refletindo muito a força da nossa categoria. Nós, do Cama, entendemos a importância desse trabalho, por isso que atuamos a quase três décadas desenvolvendo ações e projetos ligados a esta missão de apoiar, fomentar e desenvolver cada vez mais o trabalho dos catadores”
Durante o evento a ONG CAMA, responsável pelo desenvolvimento de uma tecnologia socioambiental, os Eco Indicadores, evidenciou a importância da reciclagem para redução direta no uso dos recursos naturais. Pois cada tonelada de material coletado, durante os cinco dias de folia, evitou a emissão de 24 toneladas de gases do efeito estufa, especialmente dióxido de carbono. Também foi computada uma economia de 91.858 litros de água, 1.434 litros de petróleo e uma redução do uso de 248.981 kWh de energia.
Segundo o representante da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o coordenador da Superintendência de Inovação e Desenvolvimento Ambiental (SIDA), Diego Cerqueira, os dados apresentados revelam a importância que o projeto teve para a inclusão social e a gestão sustentável dos resíduos sólidos.
“O sucesso desta edição da Micareta Solidária e Sustentável estabelece um novo padrão para eventos futuros, transformando as festas populares do estado em um palco de inclusão social e proteção dos recursos naturais. Os resultados mostram a importância da valorização do trabalho destes agentes ambientais, que são os catadores de recicláveis, que contribuem objetivamente para um futuro mais sustentável”.
De acordo com um o catador associado, Gilson Costa, referência no município com 28 anos trabalhando como catador, mostrou como o projeto ajudou tanto financeiramente quanto no reconhecimento junto aos moradores e turistas. “Com o apoio das cooperativas e do Governo, ano que vem com certeza vamos coletar o dobro de toneladas. Fiquei surpreso e muito feliz, quando passava pela rua e era abordado com respeito e carinho pelas pessoas, que guardavam as latinhas esperando a gente passar para nos entregar. Isso se deu muito pelo projeto, que forneceu farda e equipamentos de proteção, assim os foliões viam que éramos trabalhadores organizados”.
Jailton Cardoso, presidente da ARTEMARES agradeceu o apoio de todas as instituições parceiras.
“Em nome da ARTEMARES quero agradecer também essa parceria que foi feito com o Cama, o Governo do Estados e o MPT, que levou cidadania, geração de renda e o cuidado do meio ambiente, destacando a socialização entre os catadores, os agentes públicos e toda a sociedade feirense”.
A ação contou com o apoio do Governo do Estado da Bahia por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE); Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH); Secretaria do Meio Ambiente (SEMA); Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR); Ministério Público do Trabalho da Bahia; da Prefeitura Municipal de Feira de Santana e da empresa Sustentare.