Encontro quinzenal no Levanta-te e Anda reforça agenda de direitos e valoriza memória e saberes ancestrais
Nesta quinta-feira (14), o Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA) promoveu mais uma roda de conversa do projeto Cidadão do Meio, Cidadão do Mundo: Fortalecendo as organizações de catadores e catadoras de materiais recicláveis para garantia de Direitos Humanos e Cidadania, apoiado pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, com catadores e catadoras, na sede do Levanta-te e Anda, em Salvador.

A atividade, que faz parte dos encontros quinzenais da organização, trouxe como tema central os “Três R’s”A, respeitar, reconhecer e remunerar, e acabou ganhando um quarto elemento: a resiliência, característica presente no cotidiano do trabalho desses profissionais.
Respeitar, reconhecer, remunerar e… ser resiliente
O coordenador do projeto, executado pelo CAMA, Joilson Santana, destacou que a ação contribuiu para ampliar a agenda de direitos defendida pela entidade. “Hoje, além dos três R’s que a gente já vinha trabalhando, respeitar, reconhecer e remunerar o catador(a), construímos a questão da resiliência, algo tão inerente ao trabalho desses profissionais. Os catadore(a)s puderam compreender a importância dessa agenda, que a sociedade precisa respeitar, reconhecer, remunerar e, acima de tudo, ser resiliente junto a essa luta tão importante para o meio ambiente”, afirmou.
Joilson ressaltou ainda que é essencial que esse público tenha clareza do valor do seu trabalho. “É um grupo que ainda sofre violações de direitos, mas que contribui diariamente para evitar que toneladas de plasticos e outros materiais cheguem aos mares, oceanos e aterros sanitários”, completou.

Memória ancestral como ferramenta de fortalecimento
A roda de conversa também contou com uma atividade conduzida pelo arte-educador e assessor pedagógico do CAMA, Luis Reis. A dinâmica, intitulada “A Roda dos Saberes que nos Movem”, incentivou o compartilhamento de memórias afetivas e saberes antigos, resgatando a ancestralidade dos participantes.
“O objetivo é rememorar conhecimentos antigos, memórias afetivas e saberes que cada pessoa traz consigo e que podem ser compartilhados. Hoje o grupo respondeu com mais entusiasmo do que na semana passada, e isso mostra como a proposta se conecta com eles”, avaliou Luis.
O catador Luis Fernando considerou a atividade um aprendizado inédito: “Achei muito educacional, importante, e agora posso passar esse conhecimento para outras pessoas”. Já a catadora autônoma e em situação de rua, Jane de Brito, disse que a conversa ajudou a esclarecer conceitos. “Não sabia o que significava resiliência. Foi importante para levantar a autoestima, dar mais coragem e ver os nossos direitos”, relatou.
Conhecimento como empoderamento
A coordenadora do Levanta-te e Anda, Gilcilene Silva (Lena), avaliou que o encontro foi fundamental para ampliar a consciência dos participantes.
“É muito importante porque empodera a população em situação de rua, que muitas vezes é desprovida de conhecimento. Essa roda de conversa amplia a compreensão sobre seus direitos e ajuda a diferenciar, por exemplo, o trabalho do gari e do catador”, disse.
Os encontros quinzenais do projeto seguem abordando temas voltados à defesa de direitos, cidadania e acesso a políticas públicas, unindo formação, troca de saberes e fortalecimento coletivo.





















