Continuando os esforços que buscam valorizar o trabalho dos catadores de materiais recicláveis autônomos e em situação de rua, o CAMA participou de uma audiência no prédio do Ministério Público, nesta quarta-feira (24), no bairro de Nazaré. O encontro reuniu representantes de cooperativas de catadores, órgãos públicos, patrocinadores e entidades parceiras para discutir a participação desses trabalhadores na coleta seletiva durante grandes eventos de Salvador e do interior do estado.

A iniciativa partiu da 5ª Promotoria de Justiça de Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo, que abriu o espaço de diálogo para avançar em políticas públicas voltadas ao tema.
Durante o encontro, Yasmin Calmon, assessora da Superintendência de Fomento ao Turismo (SUFOTUR), destacou a necessidade de diretrizes que garantam a inclusão da coleta seletiva nas programações. “Essa reunião é muito importante, principalmente porque aqui nós temos vários setores envolvidos, todos em prol de um bem comum, que é a coleta seletiva. Essa política pública deve ser pautada não só agora, como também com mais antecedência, para que possam ser executados todos os projetos”, afirmou.
Clarissa Gunsa, advogada e assessora jurídica do CAMA, explicou que o encontro representou uma aproximação entre diferentes atores. “Essa audiência foi importante porque a gente viu a participação de algumas secretarias e patrocinadores que não estavam dialogando com a gente. Mostramos as dificuldades que hoje as cooperativas enfrentam, tanto na estruturação quanto no trabalho digno e também no pagamento pelos serviços prestados”, assegurou.
Ela também acrescentou que já estão em elaboração notas técnicas e um guia de boas práticas para orientar a participação de catadores nos eventos. Segundo a advogada, novas audiências devem acontecer para dar continuidade às discussões e buscar avanços.

O presidente da cooperativa Bariri, Elias Júnior, também avaliou o encontro como um marco para os trabalhadores do setor. “Estamos aqui hoje no Ministério Público com a ONG CAMA e as cooperativas do município para discutir o futuro dos grandes eventos de Salvador, não só o Carnaval, mas também o Réveillon, o 2 de Julho, [a festividade de] Iemanjá, entre outros. A ideia é que a gente esteja sentado na mesa e possa discutir as coisas feitas para a gente. Não queremos apenas participar do Carnaval, mas de todos os eventos da cidade”, ressaltou.
A audiência encerrou com o compromisso de continuidade do diálogo, envolvendo Estado, município, cooperativas e patrocinadores, com o objetivo de ampliar a inclusão dos catadores de materiais recicláveis e garantir remuneração adequada para o serviço prestado.






















