Na manhã desta quinta-feira(2), o CAMA, acompanhado do coletivo de 12 cooperativas, participou de uma reunião com a Receita Federal, representada pela delegada e auditora fiscal Sandra Magnavita, no Porto da Alfândega, no Comércio.

O encontro discutiu uma parceria entre o órgão e as associações para fortalecer a destinação de materiais recicláveis provenientes de apreensões feitas pela Receita Federal e abrir espaço para o diálogo entre os catadores e a instituição pública. O objetivo principal foi iniciar uma aproximação institucional entre a Receita e as cooperativas, promovendo escuta ativa e o reconhecimento do papel social dessas organizações.
As cooperativas também pediram para participar de forma mais direta nos processos de descarte e doação desses materiais, sugerindo que a Receita acompanhe e fiscalize de perto a destinação dos itens, reconhecendo a atuação honesta e digna dos catadores.
“Sempre digo às pessoas que não tenham medo de doar, mas fiscalizem. Vão lá, vejam se a doação chegou. Porque, ao colocar essa transparência, abrimos caminho para que outros também possam doar”, destacou Genivaldo Ribeiro, representante da cooperativa Cooperguary.

Segundo Sandra, o órgão está empenhado nessa parceria. “Nós estamos aqui hoje nesta reunião buscando uma construção coletiva. Tudo que for possível ser doado para reciclagem, pela Receita Federal, nós vamos fazer, porque a Receita Cidadã é a Receita de Transformação Social”, afirmou.
Também foi discutida a criação de uma comissão responsável por avaliar os produtos disponíveis para doação; a possibilidade de que materiais sem restrição legal sejam doados diretamente às associações e cooperativas; e, nos casos em que houver impedimentos legais para a doação direta, a articulação com instituições públicas, como a Secretaria de Estado, para viabilizar a destinação adequada desses itens.
“Gostaria de acrescentar, doutora, que, além da questão da doação dos materiais, este órgão lida com todo o desenvolvimento do país, inclusive com os indivíduos aqui presentes. Por isso, gostaríamos de estabelecer uma conexão, não sei se existe uma comissão, um grupo ou setor, porque essas cooperativas, como a Cana Recicla, que recentemente vem sido regularizada, têm, às vezes, algumas pendências e demandas com a Receita. Queremos estabelecer um processo de cooperação com a Receita nesse sentido”, ressaltou Joilson, coordenador do CAMA, em uma de suas falas na reunião.

Além disso, discutiu-se a viabilidade da doação de materiais eletrônicos, como celulares, que poderiam ser usados como ferramentas de trabalho pelas cooperativas, e até a possibilidade da disponibilização de um caminhão (ambas ainda em fase de confirmação). A Receita também se comprometeu a verificar a disponibilidade de seu auditório para a realização de futuras reuniões.
Ao final, tanto os representantes das cooperativas quanto os da Receita Federal avaliaram o encontro como extremamente positivo e amistoso. Essa foi a primeira de outras reuniões previstas, com o objetivo de consolidar essa parceria enriquecedora entre a Receita Federal e os trabalhadores da reciclagem.





















