A segunda edição do Cine das Pretas, realizada nesta quarta (24), no CineLankiana, reuniu dezenas mulheres de diferentes idades e territórios de Salvador.

A iniciativa do Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA) faz parte da programação do Julho das Pretas e teve como destaque a exibição do filme ‘Um Dia com Jerusa’, dirigido por Viviane Ferreira, seguido de um bate-papo sobre identidade, ancestralidade e direitos, no cinema que integra o Instituto Audiovisual Mulheres de Odun, localizado na Comunidade Quilombola do Coqueiro Grande (iAMO), em Cajazeiras.

Para a coordenadora executiva do CAMA, Ana Carine Nascimento, o encontro foi um marco de escuta e partilha. “O Cine das Pretas não é apenas uma exibição de filme. É um território de afeto, fortalecimento e inclusão, construído por e para mulheres negras. É onde nossa existência é central.”, disse, destacando que maior parte da coordenação do CAMA é composta por mulheres negras.

Já a coordenadora executiva Andreia Araujo ressaltou a identificação das participantes com a história retratada no filme. Segundo ela, ‘Um Dia com Jerusa’ trouxe lembranças pessoais e coletivas: “O filme fala do nosso cotidiano, das vivências de mulheres negras de diferentes gerações. Muitas se viram refletidas nas personagens, lembraram de suas mães, avós e netas. É um momento de emoção, reflexão e reconhecimento da própria história”, afirmou.

Direito ao lazer e a cultura

Cristiane Lopes, coordenadora geral do CAMA, reforçou a importância do encontro para ampliar horizontes e integrar diferentes comunidades. “Promovemos a troca de experiências entre mulheres de diversas regiões de Salvador, algumas em sua primeira visita a esse território. É uma forma de resgatar valores de união, fortalecer vínculos e garantir o direito à cidade e à cultura”, avaliou.

O Cine das Pretas reafirma o compromisso do CAMA com o fortalecimento do protagonismo feminino negro, a valorização cultural e a luta contra o racismo estrutural, garantindo visibilidade, afeto e cidadania para mulheres de todas as idades.

Parceira da ação, Nevidalva Santos, da direção executiva da Acopamec, destacou a relevância de levar as mulheres para além de seus espaços de convivência: “Proporcionamos as mulheres, jovens e idosas uma oportunidade de vivenciar o cinema e ao bate papo, coisas que muitas nunca tiveram. Isso é garantir que elas percebam que também têm direito a ocupar e usufruir desses espaços”.

O Cine das Pretas reforça o compromisso do CAMA com a promoção da justiça social, do enfrentamento ao racismo estrutural e da valorização das mulheres negras como protagonistas de suas histórias. Ao garantir o acesso à cultura, ao lazer e ao direito à cidade, a iniciativa contribui para o fortalecimento dos laços comunitários e para a construção de uma sociedade mais justa, diversa e democrática.

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